16 ago 2012



Entre um capitulo e outro da minha história, encontro versos inacabados e entre os versos uma saudade…

Hoje meu dia começou assim: Com uma dor aguda por dentro... É que de vez em quando o meu coração dói....  Dói uma dor inteira... Dói porque a mão da saudade atravessa o meu corpo,... toca o meu coração e o aperta.... E aperta firme,... daquele jeito que só resta gritar até a dor incômoda passar.... E eu gritei! Gritei alto,... bem alto,... para que a saudade – por caridade – trouxesse a superfície da memória,... lembranças daquele tempo em que passávamos horas e horas falando sobre sentimentos e a vasta alegria de tê-los dançando do lado de dentro.... Eu gostava de ser feliz e ela também... Tínhamos vocação congênita para a felicidade,... muito embora as tristezas viessem nos visitar de tempos em tempos,... deixando apenas uns poucos retalhos de alguns sentimentos... Mas éramos felizes e com fios de felicidade costurávamos novamente a nossa história.... Vivíamos assim, entre inconstantes recomeços; mas sem perder a alma para o desânimo que vinha junto com a tristeza... No fundo,... no fundo,... tínhamos como sobrenome a coragem.... Talvez fosse esse o motivo das nossas almas terem se encontrado quando ainda estavam perdidas... E estavam mesmo…

A origem disso tudo eu não me recordo... Lembro apenas de uma história de amor mal sucedida,... que enlouqueceu os seus sentimentos,... e a fez perder o prumo.... E eu estava lá,... bem perto,... tentando dizer o indizível, mas não conseguia porque ela me faltava...

Que saudade… Saudade de um tempo que não volta,... mas parece que ainda não foi... E enquanto a dor incômoda ardia no meu peito,... lembrava-me dos nossos dias de sol e das noites sob as estrelas; de tudo aquilo que ela guardava em segredo,... mas gostava de dizer....  Ela inventava histórias felizes e eu as imaginava.... Vivíamos emoções infinitas contando histórias bem sucedidas,... escritas em versos de amor.... Dançávamos ao som da música da vida tendo como tom a generosidade....

Trilhávamos juntos o caminho das certezas,... até quando eles não existiam... Um dia ela resolveu me contar seus segredos,... enquanto eu lhe dizia as minhas verdades ocultas; e das nossas confidências surgiam sonetos de esperança... Esperança grandiosa,... plantada dentro do coração,... que faz a gente acreditar até o último instante,... mesmo quando a vida resolve emitir sons de espanto.... Víviamos felizes porque tínhamos esperança!... Talvez por isso eu sinta tanta saudade dela: Porque tudo nela alcança a vida.

Logo me dei conta de que algumas horas haviam se passado e eu ainda estava ali,... com a viva lembrança nela... Lembrando com ternura até esquecer-me da dor.... Aquela dor que é desatino; que fere,... mesmo sem tocar... A dor do que foi sem tempo certo para voltar... A dor imensa da ausência...

Assim a falta dela dói em mim... E mesmo que eu tente explicar,... não consigo dizer porque ela se foi e me deixou aqui,... perdido entre um verso e outro....  Quanta saudade eu sinto de você…

Você: A intraduzível palavra que habita aqui, dentro de mim!